segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Afinal está mesmo tudo mal e sem remédio?

Não nos bastava a guerra, as suas consequências que crescem, cinicamente, como a flor-do-iogurte.
Não nos bastava o medo que querem alimentar para nos trazer à rédea curta, submissos, sussurrando a cada esquina, com medo que o céu nos tombe na cabeça.
Tinham de vir os do costume.
Muitos jovens não vêm, escutam ou sequer querem saber de notícias de um tal país real. Deles se diz serem ainda imaturos, impreparados, irresponsáveis.
Quero sair em sua defesa. 
Não é a realidade que só tem mal e dor. É a retórica palaciana que só quer forçar a nossa mente a apenas ver o ruim. Assim sendo, quando os que se afirmam doutos e justos esboroam as palavras em letras cáusticas, elas magoam-nos ao entrar pelos ouvidos e ficam a moer pedaços da alma que queremos saudáveis. Não nos matam mas moem-nos a cada instante.
E fazem-nos sentir sós, angustiados, miseráveis, sem futuro. A nós e, claro está, aos jovens. Não merecemos essa canga.
Falem-nos do que de bem se faz, dos afetos e da solidariedade que por aí há, também. Digam-nos algo de positivo.
Ou julgam que somos acéfalos crentes que, no dia de um tal juízo eleitoral, iremos a correr validar as suas mentiras?
A nós todos que ainda permanecemos lúcidos, e aos jovens que (sim!) têm Futuro, digo que não creiam nos falsos lastimosos nem lhes aceitem o bruaá.
Para que a vossa saúde psicológica se mantenha, bem como a esperança, abram os olhos à vida, fechem os olhos às bestas.