sábado, 18 de abril de 2020

Instruções para o uso adequado do GRITO.

Imagina um gato assustado. Nem conhece o dono. Os olhos cheios, em alvo, parecendo ver tudo e, afinal, não estando a ver nada!... As orelhas espetadas parecendo ouvir melhor e, afinal, não escutando nada senão… o Medo!...
Quieto (mas não… em sentido!). Garras a espreitarem nas almofadinhas 
(prontas a dilacerar qualquer coisa que se ponha à frente!).
Assim, somos nós perante os gritos (nós… os filhos… qualquer um do casal… 
os da família…)
O GRITO é um sinal de desespero – o desespero de quem grita. 
Um sinal de mal-estar com os outros – o mal-estar de quem grita. 
Um sinal de forças quebradas (verdadeira fraqueza! – a fraqueza de quem grita). 
E o efeito nos outros é… Não escutar… para não sofrer mais. 
Não ver bem… para não entristecer. Calar… para ver se pára a loucura. 
Mas todos esses outros – que não gritam – sofrem. Muito. Em silêncio. 
Por isso, quando o teu vulcão interior te rebentar pela boca 
e o fumo te sair pelas orelhas…  Tenta conter-te. Se começaste, pára! 
Depois olha para os outros e vê bem. Têm tanto de bom como tu. 
A Felicidade está escondida num recanto de ti. 
Usa-a.

4 comentários:

  1. Há muitos anos vi um pequeno filme gíríssimo, infelizmente não me recordo dos nomes, mas recordo que a música tinha um papel importante no revelar das emoções e uma das personagens principais aprisonava os seus gritos dentro de garrafas. Mas, são saudáveis algusn dos gritos que aprisionamos dentro de nós??? É que a dada altura no filme com a pressão, como se de champanhe se tratasse os gritos engarrafados soltaram as rolhas. Porém adorei este texto.

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  2. Os gritos aprisionados só são saudáveis se soubermos dar-lhes um sentido. Conservá-los em paz interior, nunca em conformismo. Há coisas que estarão no nosso íntimo para sempre.

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  3. E há sentido para gritos aprisionados senão soltá-los?

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